Pagando a promessa.
Conforme prometido, estando nós em viagem , ocasionalmente eu publicaria aqui alguma impressão sobre a viagem.Hoje, é sobre João Pessoa, capital Paraibana.
João Pessoa
É
a terceira cidade mais antiga do Brasil.É a segunda cidade mais arborizada com 54,7 arvores p/Hab do Brasil e a segunda
do mundo, perdendo apenas para Paris.
Localizando
João Pessoa na História
A rigor, a Paraíba, foi fundada a partir de um
ato do Rei D.Sebastião em 1574 , desmembrando a Capitania Real de Itamaracá,
criando a Capitania Real da Paraíba com o objetivo de frear a crescente influência
que piratas franceses vinham exercendo sobre os índios Potiguaras.
Somente
11 anos após a criação da Capitania, os portugueses com o apoios dos índios Tabajaras,
conseguiram derrotar os Potiguaras e os
franceses e então em Cidade Real de Nossa Senhora
das Neves no dia 05 de agosto de 1585. A Cidade de Nossa
Senhora das Neves foi a terceira cidade fundada no Brasil do século XVI
(1501-1600) após Salvador (1549) e Rio de Janeiro em 1565.
Após
a criação da cidade/Capitania e ao sabor dos ventos da politica na Europa, a
cidade mudou de nome várias vezes. Resumindo:
1585
Cidade Real de Nossa Senhora das Neves,
foi o nome escolhido quando da sua fundação, no dia 5 de agosto, em homenagem
ao santo do dia.
1588
Filipéia de Nossa Senhora das Neves em homenagem ao Rei Filipe II da Espanha, durante o
período em que a Coroa Portuguesa foi incorporada à Coroa Espanhola (União
Ibérica 1580-1640).
1634
Friederickstadt (Cidade de
Frederico) ou Frederica em
homenagem ao príncipe de Orange, Frederico Henrique de Nassau, durante os 20
anos de ocupação holandesa no nordeste brasileiro.
1654
Cidade da Parahyba ao iniciar o
período de restauração após a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro.
1930
João Pessoa numa homenagem ao
político João Pessoa de Albuquerque, paraibano de Umbuzeiro, então presidente
do Estado da Paraíba, assassinado na cidade de Recife em julho de 1930.
João
Pessoa é assim, um tanto de tudo que uma capital necessita, mas sem perder a
ternura.
Os
“ pessoenses” consideram João Pessoa, o melhor de um sanduíche, ou seja, o seu
recheio.A partir daqui e andando menso de 200 km, se chega a Natal-RN, Maceió-Al
e a Recife-PE além de mais um monte de cidades importantes do
nordeste e praias famosas como Pipa, Tambau,Porto de Galinhas, enfim é mesmo um
lugar privilegiado.Jampa, como é conhecida a capital Paraibana, é assim quase
que uma Bahia, isso por causa da languidez das pessoas.Aqui há 3 coisas
fundamentais. 1ª ter paciência.2ª ter muita paciência e 3ª nunca perder a paciência.
Se você vai a um restaurante caseiro e perguntar. “ tem carne de sol???” a
resposta invariavelmente será .Tem sim. E nada mais será dito. Falam o apenas
necessário. Aliás nessa matéria é muito parecido com Portugal. É por isso que
aqui é como uma Bahia, sem batuques, sem camdomblé, sem macumba nem acarajé.
João Pessoa, é isso mesmo. Uma muito boa pessoa.
CURIOSIDADE
MIRRA,você sabe que Mirra, foi um dos presentes oferecidos pelos reis magos a Jesus Cristo, logo após os seu nascimento. Mas você sabe o que é Mirra??? Bem, Mirra, é na verdade uma planta.Alias uma planta com características próximas às das que ocorrem por aqui no nordeste.Planta nodosa, espinhosa e de terras áridas. Sua grande façanha é produzir uma resina de odor característico que é altamente usado hoje, na área de cosmética.
Pois nos idos dos séculos 15, 16 e próximos a resina de Mirra era usada também na construção. Misturada a outros materiais era usada para manter sempre no ambiente um perfume agradável e que não precisava ser renovado.
Na igreja de santo António em João Pessoa-PB uma parte do piso de uma das salas, é decorada com elementos compostos com Mirra.São os blocos pretos da fotoAo esfregar os dedos nesses blocos, o odor de mirra fica impregnado na pele e diz a lenda aqui que se a mulher após esfregar o dedo na mirra os passar no pescoço do marido, ele nunca mais vai olhar para nenhuma mulher. Por ter toda essa carga histórica e simbólica muitos dos blocos foram arrancados e roubados, como relíquia ou malvadez mesmo.